sábado, 17 de janeiro de 2009

Ciclos.

Sinceridade é fatal. Nunca se sabe se a honestidade é uma qualidade ou um defeito, pois a verdade trás consigo suas tristes consequências. Aquele simples amor que parece prosperar por tudo que existe, se mostra tão inocente ao arrancar seu coração fora de seu corpo, e destruí-lo em mínimos pedaços em um piscar do olhos. A vida destruída gera confusão, crise, e dor. Tanto a raiva quanto a plenitude tomam lugar no âmbito emocional, e você sente vontade de correr. Sumir. Desaperecer. Morrer. Não importa. Você quer que acabe.

Como é ruim se sentir afável... Amar nem parece mais símbolo de dignidade, soando mais como um tiro no peito. E o mais bizarro seria dizer o que sentimos em tais horas.Aquilo que era cômico e arrancava lágrimas de alegria não prende mais sua atenção.Parece que não mais sentimos. Olhamos para o vazio, nos separando do nosso corpo, viajando pelo labirinto da mente, e simplesmente não sentimos. Nem enxergamos. Nem ouvimos.Apenas a dor mostra que permaneço vivo. É como se roubassem esse sentimento de prazer de viver. Somente isso. Estar aqui, por estar, sem objetivos. Simplesmente...

E mais uma vez a futilidade humana me faz escorrer lágrimas. A lípida água esgorre inutilmente numa tentativa desesperada de levar consigo a angústia e a dor. Um insolúvel desespero. Nesses momentos de ápice temos até crises existencias. Tentamos tatear, mas nada ao redor parece existir. Ficamos cegos. Não sabemos se o que vemos existe mesmo. Sentimos frio numa tarde de verão. Nessas horas, queremos que tudo volte a normal, se conserte, ou simplesmente que possamos experimentar pela última vez o que nós fazia feliz.Esperamos que tudo seja um sonho.Mas não é. Precisamos acordar para a dura, porém real, realidade...

E tudo o que sobra são feridas. As lágrimas não conseguem tirar isso de nós. Aquilo que nos move parece não mais fazer sentido. É uma loucura. Queremos respirar, mas o ar simplesmente não é o mesmo. Tentamos sentir mais uma vez. Vamos até a janela. O pôr-do-sol, antes belo, flamejante, espalhando seus raios pelo infinito, agora é simplesmente mais uma lúgubre forma de expressão natural, um simples ciclo vicioso de rotação. Se antes viviamos pelo prazer de ter recebido tal dádiva, agora vemos como a vida é mais um ciclo vicioso. De morte.

Anos se passam. Olhe ao seu redor.Você vê quanta coisa mudou? E você deveria saber agora que eu nunca tive intenção de te machucar.Toda minha vida eu fui ludibriado, mas agora eu renasci e vejo as coisas tão claras.Abra seus olhos e perceba que os tempos difíceis terminam se você quiser. Abra sua mente,alcance as estrelas.A resposta existe para que a encontremos.Os anos passam.Nunca sabemos quando é tarde.Os anos passam.Você mesmo sela seu destino.Não olhe a resposta no horizonte.Está mais próxima do que você imagina.Os anos passam, oh como eles passam...


L&S.