domingo, 20 de fevereiro de 2011

O último sopro - Segundo Capítulo

Vida de órfãos é extremamente complicada. Ainda mais pro irmão mais velho. Além de não ter o apoio moral de seus pais, precisa tomar conta do caçula da família. E como fazer isso? É praticamente como ter um filho: acaba com a sua vida, com a sua adolescência. E, apesar disso, Jensen parecia se virar muito bem quando o assunto era tomar conta de Mary.

Sua mãe morrera no parto de Mary. Jensen tinha 5 anos, e seu pai, Henry, não sabia o que dizer, o que contar, o que explicar para o seu filho. Disse que sua mãe estava no hospital se recuperando do parto e que iria vir para a casa o quanto antes com sua irmã mais nova. Uma semana depois, seu pai havia chegado com a filha, e Jensen perguntou aonde estava sua mãe. Seu pai começou a chorar, e naquele momento Jensen soube. Seu pai deu o nome da filha com o seu nome de sua esposa.

Anos depois, quando Jensen tinha 15 anos, seu pai saiu de casa para um dia de trabalho normal e nunca mais voltou. Algum tempo depois, ele iria descobrir a verdade. E agora, vivia baseado nela. E estava cada vez mais perto de conseguir seu objetivo.

Agora, com 18 anos, cuidava de sua irmã com a maior tranquilidade do mundo. Já estava acostumado, como se ela fosse a sua filha. O que provavelmente facilitou a vida dos dois foi a grande quantia que seu pai havia deixado para os dois: um seguro de vida absurdamente grande.

Como sempre, acordava cedo, acordava sua irmã e saía para comprar o café da manhã.

Naquele dia, seria tudo diferente. O que aconteceria naquele dia, mudaria completamente a vida de Jensen.

Fechando a porta de casa, deu uma respirada profunda e começou andar. Sua casa era a ultima de uma rua estreita, com casas apenas de um dos lados e um muro gigantesco do outro lado. Atrás desse muro, estava a mansão de um dos maiores ditadores da história da humanidade. Logo saindo de sua rua, Jensen se via numa avenida gigantesca, com duas pistas contrárias. Descendo a rua, se encontrava a praça principal da sua cidade, com padarias, confeitarias, lojas de cosméticos e tudo mais que uma praça de comércio deve ter. Sua cidade não era lá a mais nobre de seu país, mas não ficava pra trás. Era detentora de vários pontos turísticos famosos e monumentos invejáveis. Um deles, no centro da praça, era o maior chafariz do mundo: cerca de 10 metros de alturas, com um poço embaixo de 5 metros de raio. De noite, acendiam-se luzes e ficava maravilhoso o reflexo delas nas águas do chafariz.

Quando estava saindo da padaria, Jensen viu 4 homens, armados, espancando a pontapés um garoto do lado do chafariz. A cena era de pura covardia e de deixar as pessoas raivosas. E foi exatamente isso que aconteceu com Jensen.

- Ei, deixem ele em paz, pelo amor de Deus, ele é só um garoto!

- Não se meta nisso, seu moleque! Volta pra casa! - disse um dos homens.

- É, seu garotinho, volta pra sua mamãe! - disse outro deles.

- Mas o que esse garoto pode ter feito? Parem com isso! - disse Jensen, se aproximando dos homens.

- Você realmente quer arrumar uma confusão, não quer? - Disse o primeiro homem que havia falado antes.

- Olha, eu só estou dizendo para parar de incomodá-lo antes que eu chame a polícia, tudo bem?

Os quatro viraram e olharam mau-encarados para Jensen. O aparente líder deles, com fenótipo italiano, se aproximou primeiro, seguido pelos outros três.

- Qual é a sua, garotinho? Você está afim de tomar porrada, igual esse moleque aqui que você nem conhece?

Para a sorte de Jensen, um carro da polícia passou naquele momento, fazendo patrulha. Ele meio que contava com isso: sempre passava uma viatura naquela hora da manhã pela praça. Ao verem o carro, os homens guardaram as armas. O carro parou perto do chafariz e saíram dois policias da viatura, andando em direção ao grupo de homens armados.

- Algum problema, meu jovem? - Disse o policial para Jensen.

- Não, nenhum, nós já estávamos indo embora - Interrompeu o italiano.

Os quatro homens começaram a ir embora, quando o italiano falou no ouvido de Jensen:

- Reze para que não te encontremos, seu pivete.

E foram embora. Jensen ainda estava um pouco atordoado com o comentário do italiano, preocupado principalmente com o que poderia vir a acontecer com a sua irmã. Estava começando a se arrepender de ter mexido com aqueles caras.

- Quem são eles? - Jensen perguntou para o guarda.

- Eles? São guardas do ditador, ex-militares colombianos. Seu ato foi heróico, garoto, mas não se deve mexer com esses caras. Tome cuidado da próxima vez. Nem sempre estaremos por perto.

Jensen assentiu, enquanto os guardas entravam na viatura e iam embora. O garoto, machucado, ainda estava no chão. Jensen se dirigiu a sua direção para ajudá-lo, levantando-o do chão.

- Você está bem?

O menino não respondeu. Apenas se limpou e tentou manter o equílibro.

- Você tem família?

Nenhuma resposta.

- Bem... Estou indo para casa. Quer me acompanhar?

- O...o...obrigado, senhor. - disse o garoto, baixinho.

- Ah, relaxa. Ninguém merece esses covardes armados.

- Uhum...

- É... Você tem algum nome?

- Meu... nome é Alex. Alex Billiam. Mas pode me chamar de Bill. Gosto de meu sobrenome.

- Ok, Bill! Prazer, meu nome é Jensen. Jensen Grace. Quer me acompanhar até em casa?

Bill assentiu. Apoiou-se no ombro direito de Jensen, enquanto esse carregava o café da manhã na mão esquerda. Chegando em casa... :

- Demorou muito, maninho! Quem é esse?

Jensen contou a história para Mary. Ela ficou um pouco assustada, mas tratou Bill muito bem. Os três comeram e passaram o resto da manhã conversando. Bill não falou muito, apenas ouviu a história dos irmãos.

De repente, Jensen ouviu um barulho na rua. Olhou pela janela da cozinha, e viu um jipe passando pela rua. Parou na esquina da rua, fechando completamente a saída. De repente, quatro homens saíram do jipe. E o motorista: o cara italiano. Eram os guardas do ditador.

- Droga, eles devem ter nos seguido! Droga! Droga! - Esbravejou Jensen.

- Quem são eles, maninho?

- São os caras que bateram no Bill hoje de manhã!

Um disparo. Um tiro ecoou pela rua. Os guardas estavam dando sinal de sua presença: e que não iriam embora até acharem Jensen. E não seria boa coisa o que iria lhe acontecer.

- Vamos, rápido! Mary, Bill, tenho um quarto aqui em casa com um quarto secreto, cabem nós três, vamos!

E assim, foram se esconder.

3 comentários:

  1. Tá ficando fueda!!
    Muito bom, cara. Tô esperando o resto.

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  2. Quero maaaaaaaaaaaais D:
    Tá ficando foda :P
    Quero o resto dessa história logo

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  3. Mary, sua fofa!
    Jensen, seu corajoso!
    Bill, seu... seu... mano que apanhou para caramba!
    :D

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