terça-feira, 23 de junho de 2009

O perigo de suas escolhas.

"É incrível como a morte abre nossos olhos." - Pensou, enquanto era arrastado pelo chão frio, puxado pela corrente amarrado ao seu pé. A dor originada da sua carne esfregando no piso era incomensurável. Mas ele não se importa. A sua mente estava em um lugar completamente diferente.
Sua alma situava-se numa sala, de estilo antigo, adornada como tal. Uma bela mulher passava pelo recinto, com uma vassoura, varrendo o chão consideravelmente empoeirado. Porém, quanto mais pensava no que estava por vir, menos suportava a mágoa. Acabou misturando o chão com lágrimas. O homem, em transe, lembrava-se da cena, chorando enquanto pensava nessa triste situação. Lembrou-se quando apareceu á porta, se preparando para a despedida. A mulher largou a vassoura e pulou para abraça-lo. O sujeito, não querendo extender seu sofrimento, a deixou ali, no chão, derramando lágrimas. Fechou a porta e foi embora encarar seu destino.
- Levante-se - Uma voz abominável disse.
O homem voltou ao mundo real. Olhou o monstruoso ser que o encarava, enquanto buscava forças para erguer-se. Após isso, foi ordenado a sentar numa cadeira. Nem relutou: foi direto ao seu destino. Sentou-se e abaixou a cabeça em tom pensativo.
- Últimas palavras?
O sujeito simplesmente ergueu a cabeça e,puxando até o fundo da gargante, deu-lhe uma escarrada no rosto, dizendo:
- Vocês irão perecer, acredite.
Limpando o rosto, a feiúra em pessoa dirigiu-se ao lado da cadeira e puxou uma alavanca. As luzes piscaram. Acabou.
A mulher encontrava-se sentada numa cadeira, olhando janela a fora a chuva cair, se confundindo com seu choro. Ela temia pelo pior. Na verdade, não temia: Sabia que o pior ia acontecer. E não só para seu amado.
Escutou uma porta abrir atrás dela. Foi um segundo de esperança, até perceber a impossibilidade da pessoa que ela amava estar atrás de si. Apenas fechou os olhos. Nem sentiu dor. Um disparo. Só um disparo. Chuva. Lágrimas. Sangue. O assassino, enquanto limpava a arma, tirou uma cruz do bolso e jogou em cima da mulher, antes de deixar a sala.
Tudo isso porque acreditar em Darwin é pecado.

L&S

2 comentários: