quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Borracha.

Ele atravessou a porta, entrou num quarto fechado. Não haviam janelas. Não haviam quadros, não havia, não havia nada. Era um lugar completamente branco. Totalmente branco. Era algo novo. E antigo. Um lugar, criado para ser moldado. E para ser remoldado caso precisasse.

Ele pegou suas ferramentas, e começou a construir o quarto.

Adicionou amor. Adicionou paixão ao quarto. Começou a arquiteta-lo criteriosamente. Parecia normal. Mas, não era. Nada era. Conforme o tempo correu, impetuoso, ele percebeu o quão deixara o quarto ruim. Para ele, parecia o melhor quarto do mundo. Era aconchegante, era lindo, era convidativo, era perfeito. Mas, no final, não era. O quarto o consumiu, o mostrou seus erros, e ele correu, com medo.

Mas voltou.

E lá o quarto estava, pronto para ser remoldado.

Mas o quarto continuou como era. E ele percebeu o que fizera.

Tudo que construímos na vida, é diferente do fictício. Na realidade, não existe segunda chance. A vida é um caderno, e nós somos as canetas.

E não existe borracha alguma que apague o que uma caneta fez.

O que resta a caneta, é tentar riscar seus erros, numa tentativa deles não serem vistos. E continuar escrevendo, como se não estivesse errado.

Mas errou. E errou. E errou.

E não há borracha no mundo que corrija erros permanentes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário