Ele atravessou a porta, entrou num quarto fechado. Não haviam janelas. Não haviam quadros, não havia, não havia nada. Era um lugar completamente branco. Totalmente branco. Era algo novo. E antigo. Um lugar, criado para ser moldado. E para ser remoldado caso precisasse.
Ele pegou suas ferramentas, e começou a construir o quarto.
Adicionou amor. Adicionou paixão ao quarto. Começou a arquiteta-lo criteriosamente. Parecia normal. Mas, não era. Nada era. Conforme o tempo correu, impetuoso, ele percebeu o quão deixara o quarto ruim. Para ele, parecia o melhor quarto do mundo. Era aconchegante, era lindo, era convidativo, era perfeito. Mas, no final, não era. O quarto o consumiu, o mostrou seus erros, e ele correu, com medo.
Mas voltou.
E lá o quarto estava, pronto para ser remoldado.
Mas o quarto continuou como era. E ele percebeu o que fizera.
Tudo que construímos na vida, é diferente do fictício. Na realidade, não existe segunda chance. A vida é um caderno, e nós somos as canetas.
E não existe borracha alguma que apague o que uma caneta fez.
O que resta a caneta, é tentar riscar seus erros, numa tentativa deles não serem vistos. E continuar escrevendo, como se não estivesse errado.
Mas errou. E errou. E errou.
E não há borracha no mundo que corrija erros permanentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário