quinta-feira, 19 de abril de 2012

Deserto.

Conforme os primeiros passos eram dados, a pequena menina ia começando a deixar suas primeiras marcas nas areias do seu deserto. Assim que o tempo ia passando, ela ia crescendo: as marcas das mãos, sumindo, dando lugar a pés cada vez maiores, cada vez mais espaçados. Podíamos imaginar a figura esbelta da garota que cresceu e foi se tornando mulher. Até que, em certo momento, viu-se que apareceram mais dois passos na vida da garota. Pés maiores, mais largos, passadas mais distantes. Sempre sincronizados. Direita, direita. Esquerda, esquerda.

A vida poderia muito bem ser vista como passos ao longo de uma estrada sem fim.

Até que a garota começou a ver somente dois passos em sua caminhada. Demorou algum tempo, até que ela voltasse a ver os quatros passos novamente. E de novo, dois passos. E de novo, quatro passos.

Ela não aguentou e gritou "Quer dizer então que vai me abandonar? Me deixar para caminhar sozinha, sem ninguém? E me deixar para outros, no final?".

E ele respondeu: "Pelo contrário. Serei sempre eu. Mas, algumas vezes, quando você cair, eu irei te carregar no colo".

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